O avião é o meio de transporte mais poluente que existe e os olhares exigentes para esse problema estão cada vez maiores para cobrar soluções sustentáveis das fabricantes e companhias aéreas mundiais. Para se ter uma ideia, em uma viagem de ida e volta de São Paulo até Paris, um passageiro é responsável pela emissão de 1.741 kg de gás carbônico na atmosfera.
A fabricante francesa de aeronaves Airbus saiu à frente no
assunto sustentabilidade, e vem trabalhando em vários modelos de aviões com
combustível 100% sustentável desde 2021, movimentando também os seus
concorrentes, como a Embraer que anunciou na semana passada uma parceria de
produção do SAF com a empresa Raízen para atingir a meta de até 2030 só
utilizar o combustível em toda a frota.
O chamado SAF (combustível sustentável de aviação) é um
substituto limpo para o querosene fóssil. Este combustível é feito de recursos
sustentáveis, como os óleos residuais de origem biológica, podendo citar como
exemplo o óleo de cozinha usado.
Entre boatos e notícias de que o maior avião comercial do
mundo – o Airbus A380 – estava saindo de circulação, a empresa foi capaz de
decolar e mantê-lo no ar por 3 horas usando apenas combustível SAF.
E ainda na semana passada, a Airbus e várias companhias
aéreas, como a Air Canada, Air France-Klm, EasyJet, Grupo Internacional de
Airlines, Latam Airlines Group, Lufthansa Group e Virgin Atlantic, assinaram
cartas de intenção (LOI) para explorar oportunidades para uma oferta futura de
créditos na remoção de carbono da tecnologia direta de captura de carbono, ou
seja, além do combustível mais uma “tecnologia verde” : A captura e armazenamento direta de carbono
do ar (DACCS) é uma tecnologia de alto potencial que envolve filtragem e
remoção de emissões de CO² diretamente do ar usando ventiladores de alta
potência.
É um respiro de esperança para um cenário de crise climática
iminente. De acordo com o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas
(IPCC), a remoção de carbono é a ação mais urgente e necessária para ajudar o
mundo a ir além da mitigação climática. Oremos!
Texto: Flavia Vitorino/Revista IstoÉ
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